domingo, 4 de setembro de 2011

Evangélicos Crescem no Estado do Pará

Número de católicos cai 19,02% no Pará
 
VINTE ANOS
FGV mostra que Belém é a segunda capital do País para os pentecostais
Brasília


Da Sucursal

A maioria da população paraense é de católicos: 66,55% dos habitantes do Estado se declaram da religião católica, mais de cinco milhões de pessoas, mas a queda no número de seguidores é maior a cada ano. É a terceira maior redução do País, atrás, apenas, do Acre e de Roraima. Em 1991, vinte anos atrás, 85,57% afirmavam ser católicos no Pará. Dez anos depois, esse índice caiu para 74,57%, voltando a oscilar negativamente em 2003, para 73,85%. Considerando esse período de duas décadas, a perda na quantidade de fiéis católicos chega a 19,02%. Os dados fazem parte do novo "Mapa das religiões no Brasil", da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base na última pesquisa de orçamentos familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, a religião católica perde fiéis para as igrejas evangélicas pentecostais. "O Pará era mais católico que o Brasil em 1991 e hoje tem uma proporção bem menor. É uma queda considerável, bem mais forte que a média nacional. Ao mesmo tempo, se observa que o Estado teve um aumento bem acima do Brasil no número de evangélicos. Pode reparar que, nas outras religiões, não teve um aumento tão acentuado, quanto o dos evangélicos, sobretudo os pentecostais. Então, pode se concluir que a composição religiosa da população do Pará está mudando em um ritmo muito forte, com uma grande queda no número de católicos e, consequentemente, o aumento do número de evangélicos e dos sem religião", avalia Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV.
A pesquisa revela que o número de evangélicos pentecostais no Estado mais que dobrou nessas duas décadas. Cerca de um milhão de novos fiéis engordaram o rebanho evangélico paraense ao longo desse período. Saltou de 8,7% da população para 19,41% ao fim de 2009 (aproximadamente, 1,5 milhão de pessoas). É o terceiro maior grupo do País. Belém aparece como a segunda capital brasileira mais evangélica, com proporção de 22,99% - em 2003, era de 18,25%.